domingo, 27 de março de 2011

Sobre Kimi ni Todoke - Primeira Temporada (anime)


Kimi ni Todoke (君に届け) - primeira temporada (2009)
Estou aguardando o lançamento do último episódio de Kimi ni Todoke - segunda temporada e encarando os mangás da edição em inglês nesse momento, por esse motivo resolvi escrever sobre a primeira fase da série.
Kimi ni todoke, o anime, é inspirado no mangá shoujo da mangaka Karuho Shiina publicados na Shueisha desde 2005.
Diferentemente de alguns reviews que eu li por ai, não comparo Kimi ni Todoke com Bokura ga Ita, isso por que para mim Bokura ga ita é chato, muito chato, do tipo de anime que, destaco novamente, do meu ponto de vista não traz nada de novo, enquanto Kimi ni Todoke tem sim um diferencial.
A primeira coisa que se nota é que é um anime de atmosfera própria, sim, é um mangá shoujo que está dentro da maioria dos padrões, mas a protagonista tem alguma coisa especial, e o traço e a qualidade da animação despertam a mesma sensação que os mangás/anime da Natsuki Takaya, Fruits Basket (フルーツバスケット). Não posso comparar os dois em muitas outras características que não essa, as histórias são absurdamente diferentes, e Fruits Basket é muito mais querido para mim, na verdade acho que não gostaria de ler algum outro review sobre KimiTodo que citasse Furuba, mas o farei...
Ainda que Kimi ni Todoke não vá entrar pra minha lista de favoritos eu acredito no potencial da série exatamente por levar em conta essa atmosfera que ele consegue carregar.
A protagonista é Sawako Kuronuma uma colegial altruísta, doce e inocente que tem problemas de comunicação. Por conta de sua aparência e completa falta de habilidade de socialização ela é apelidada ainda nova de Sadako, uma referência ao filme THE RING - O Chamado e uma série de lendas e boatos começam a surgir em torno dela, fazendo com que seus colegas de classe a mantenham excluída durante toda sua vida escolar. Daí o nome da série, Kimi ni Todoke - reaching you - algo como 'que alcance você'.
Eis que surge o mocinho, Kazehaya Shota, querido por todos na escola e sempre cercado de pessoas. Kazehaya tem, em oposição a protagonista, o dom da comunicação e consegue sempre ser fiel ao que pensa na hora de falar com os outros, nunca deixando mal entendidos.
Sawako cria uma expécie de admiração por Kazehaya assim que o conhece e o toma como exemplo a ser seguido, ele também se encanta por ela de prima, mas de maneiras diferentes, dessa vez o mocinho se apaixona primeiro.
Como já disse anteriormente o que mais me marca nessa série é a atmosfera 'gostosa' que ela tem. Comecei a assistir por causa dela, e agora com os mangás empilhados ao lado do computador, tenho vontade de começar logo a lê-los só por conta disso; Ainda que já conheça a história, ainda que nenhuma personagem ou situação tenha me marcado de forma grande.
Mas o que me faz gostar de Kimi ni Todoke e acreditar que ele é digno de destaque quando penso nos outros mangás da mesma linha não é apenas o traço bonitinho.
É comum que a protagonista seja uma pessoa 'normal' (na maioria das vezes, irritante, egoísta, com senso de justiça forte, ciúmenta, e fiel aos amigos) para que o público se identifique. Esse não é o caso de Sawako; Ao passo que enquanto a maioria dos pares romanticos são verdadeiros príncipes (educado, com leves ataques de cíumes em horas bem vindas, muita atitude e certeza de seus sentimento, algumas vezes com direito a briguinhas 'eu te odeio mas na verdade te amo'), Kazehaya é só um garoto normal, o primeiro a notar a protagonista como pessoa é verdade, mas ainda assim normal e também fica ansioso e tímido quando o assunto é romance.
Outro ponto importantíssimo; as amigas. Nada de amigas padrão e sem importância, ou meninas chatas e implicantes que na cabeça da maioria das autoras farão com que a leitora identifique seu mundo no mangá novamente. As primeiras amigas que Sawako faz são parte do sucesso da série, fiéis, engraçadas, divertidas e sempre dispostas a escutar o que a problemática garota tem a dizer. O amor que umas desenvolvem pelas outras é em certos momentos mais interessante do que o vivido pelo casal principal.
Se eu tentar puxar da mente outro mangá shoujo nessa linha com amigas marcantes só consigo pensar na Nobu Lovely Complex (ラブ★コン) e na dupla Arisa e Hanajima do já citado Fruits Basket.
Em Kimi ni Todoke não existem personagens que sejam essencialmente ruins, as pessoas e suas relações são incrivelmente idealizadas, esse é o intuito da série.
Mas o mais interessante é ver a anti-social protagonista crescer um pouco a cada dia, ficar mais confiante, conseguir se comunicar com clareza e finalmente deixar de ficar sozinha.
Eu não indico Kimi ni Todoke para ninguém que esteja buscando algo no estilo de Bokura Ga Ita, Hana Yori Dango, KouKou Debut, ou para aqueles que pensaram imediatamente na Sunako de Yamato Nadeshiko Shichi Henge e procuram uma coisa parecida, a decepção será certa já que a proposta é diferente, mas Kimi ni Todoke é apaixonante e tem feito a mim e meus amigos que gostamos desse tipo de história 'pure hearted' loucos. (Citei várias vezes Bokura ga ita para fazer contraponto com um review que li anteriormente, não tenho um problema com a série , só não gosto).
O mangá será lançado no Brasil pela Panini e deve custar R$9.90.
Abertura da primeira temporada
E aqui o trailer do filme que saiu ano passado e eu pretendo ver em breve.

Um comentário:

  1. Eu li o primeiro volume, embora seja uma história sem grandes novidades para o gênero, o legal é ver como a autora dá ênfase ao poder da comunicação, como a protagonista sai de sua bolha, interage com o mundo, procura amizades e com isso, alcança uma certa superação. Como o 1º volume terminou com espaço para mais roteiro, fico na expectativa para saber quais serão as conseqüências na vida social da Sawako talvez eu baixe, talvez eu compre a ed. nacional, mas eu vou tentar dar um espaço pra esse mangá entre minhas opções de leitura.

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