Ano: 1966
Diretor: Věra Chytilová
As Margaridas conta a história de duas garotas, Marie I e Marie II, que durante um dia tedioso decidem que como o mundo vai de mau a pior, elas também deveriam seguir esse caminho; As Maries então aparecem comendo uma maçã numa referência bíblica e passam a cometer pegadinhas e delitos menores num filme que mistura humor negro, música, cor e reflexões sobre o modo como nos percebemos no universo.
O filme tem um caráter dadaísta e episódico onde a rotina de Marie I e Marie II é pintada de forma divertida e solitária, com toda a estética avant-garde, e o design de som pop e interessante.
Marie I e Marie II são sem caráter, espoletas, descontraídas e levianas na maior parte do filme, embora sejam também sensíveis e tenham pequenas discussões auto reflexivas que demonstram solidão por parte das duas, que só tem uma a outra, e não são tão sinceras nessa relação.
Bitoladas em seu próprio mundo e incapazes de se sensibilizar por aquilo que é de fora, Maries cultivam sua apatia como forma de defesa contra aquilo que não compreendem e não aceitam.
Se a solidão de Marie I e Marie II não te soa compreensível simplesmente por ser humana, talvez o período histórico deva ser levado em consideração, já que os anos 60 foram de revolução no mundo todo e na Tchecoslováquia em especial.
As imagens produzidas neste filme são absurdamente belas e misturam referências de períodos diferentes, deixo aqui algumas delas.
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