terça-feira, 24 de setembro de 2013

À deriva

Oniisama e
escrito enquanto escutava isso, você podia clicar antes de ler, né?



Boiava sobre as ondas causadas pelo vento àquela piscina um corpo esguio, alongado e pálido coberto por um maiô muito branco.
As monções eram compassadas pela maravilhosa simetria assimétrica da natureza e quem olhasse de longe veria a garota dançando.
Poderia ter abraçado a lua cheia ou acariciado seu coelho se tivesse aberto os olhos naquele momento e apreciado seu reflexo, tão perto, mas infelizmente não o fez.
O Balé das águas aumentava conforme o vento frio passava e levava o resto de vida humana daquele corpo; pouco a pouco não era mais possível ver forma alguma, metade era água e metade era menina indo para cima e para baixo e para um lado e para o outro. 
Oniisama e
As muitas gotículas de água viraram uma grande criatura adaptada àquele cubo, e logo o grande corpo de mulher virava partículas de menina espalhadas por aí.
Onda vai, onda vem até o vento parar de soprar, porque também não era mais vento seco,  e sim parte daquele quadro. Agora iam os três para lá e para cá no compasso da música inaudível brincando de se fundir e confundir. 
Quem tivesse olhado esse momento acharia que a menina estava voando lá longe no céu, do lado daquela bola branca que coloria seus trajes.
Então o movimento cessa, água vira água, menina vira menina, vento vira vento, ela abre os olhos e resolve sair da piscina porque ficou com frio.






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