terça-feira, 16 de agosto de 2016

Sobre: Avatar- A Lenda de Korra (Livro 1)


Anos atrás escrevi um texto sobre Avatar - O último dobrador de ar e comentei minha vontade de escrever sobre A lenda de Korra.
Bom, a série terminou em 2014 e acompanhei cada episódio avidamente, mas escrevo apenas agora em 2016 sobre minhas impressões da série, uma vez que estou revendo com meu namorado.
 Sem spoilers e apenas sobre a primeira temporada

 As primeiras cenas de A Lenda de Korra já mostram sua maior vantagem sobre O último dobrador de ar, o orçamento e a equipe técnica.
 Dirigido majoritariamente por Joaquim dos Santos, diretor que assumiu a maioria dos episódios da primeira série a partir da segunda temporada de maneira brilhante, Korra não começa com os pecados da primeira temporada de Aang e, além de exibir escolhas acertadas da direção desfila uma animação maravilhosa reforçada por uma forte trilha sonora. Isso mostra que, toda a progressão técnica que observamos na primeira série não foi em vão, Korra começa mais forte em direção, mais forte em trilha e em diálogos porque houve um aprendizado real.
 Como uma série do mesmo universo, é natural que existam comparações entre Korra e Aang, no entanto para aproveitamento real dessa é necessário deixar Aang ir, e a série usa grande parte do primeiro episódio para passar essa ideia ao espectador. Mas dar continuidade a uma história que foi aprovada e é querida por todos, nem sempre é tão fácil e a Lenda de Korra tem um desafio pesado para trabalhar enquanto busca encontrar o seu caminho, bem como a protagonista imatura, Korra, que tem a tarefa difícil de manter o legado do querido Aang dentro e fora da estória.
 É uma nova era, com novos personagens e isso precisa ser deixado claro o mais cedo possível, iniciando 70 anos após os eventos retratados em O último dobrador de ar, o universo que conhecíamos sofreu imensas mudanças; A começar pela transformação do ambiente bucólico em urbano, steampunk e industrial. Somos apresentados a Republic City, uma cidade modelo idealizada por Aang para ser sede de um governo centralizado. O primeiro episódio abusa de planos abertos afim de contrastar o ambiente urbano de cores frias com as incríveis paisagens estonteantes de Aang;
 E uma nova era traz uma nova geração de personagens, todos confrontados com o mesmo desafio da protagonista, o de conquistar o espectador que invariavelmente vai compará-los aqueles da série antiga. A série faz a escolha feliz de não tentar colocar os novos personagens na posição dos antigos, pelo contrário, cria perfis diferentes para a nova jornada; mais uma vez passando longe do maniqueísmo e nos mostrando personalidades profundas, com vontades, motivações, defeitos e qualidades. E se a protagonista será inevitavelmente comparada com seu antecessor foi decidido apresentá-la o mais distante possível dele; Mulher, adolescente, insubmissa; Criada com uma noção muito pequena de mundo, conhecendo apenas o que lhe era permitido e julgando-se especial Korra começa suas aventuras já uma lutadora habilidosa, mas uma pessoa ainda muito crua; Exatamente o oposto de Aang.

Prepotente, insubordinada, arrogante e com muita vontade de conhecer o mundo e seguir o papel que acredita ter nascido para viver; Korra sai de sua vila e é apresentada ao caos da cidade e as dificuldades das relações humanas de maneira muito brusca, ao que reage impulsivamente e apesar de aparentar força, ela passa grande parte da temporada sofrendo de ataques de pânico só de pensar no que terá que confrontar. Fica claro, que, assim como na primeira  série, a lenda de Korra não será uma jornada por poder, mas por amadurecimento, mais uma vez demonstrando o brilhantismo da franquia.

A estátua gigante, bela, quase mística e transcedental de Aang em comparação com a pequena, humana, Korra.

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